terça-feira, agosto 21, 2012

A guerra fria e silenciosa dos Estados Unidos na África



A Administração Obama já não vê as grandes ameaças terroristas no Afeganistão e Paquistão. Em vez disso, os responsáveis norte-americanos de contraterrorismo estão cada vez mais concentrados numa vasta área do Norte de África, da Somália, passando pelo Chade, Níger, e Mali, até à Mauritânia e à Nigéria mais para sul. 

O secretário da Defesa, Leon Panetta, que este mês esteve na Tunísia, Egito, Jordânia e Israel, sublinhou a crescente ameaça do "terrorismo" fora do Oriente Médio. E a secretária de Estado, Hillary Clinton, tinha essa questão na agenda que levou para uma viagem de duas semanas a África, com paragens no Senegal, Sudão do Sul, Uganda, Quénia, Malawi e África do Sul. "Continuamos preocupados com a presença da Al-Qaeda em África", disse Panetta em Tunes. "Por essa razão aconselhamos fortemente países como a Tunísia a desenvolverem operações de contraterrorismo que possam produzir resultados."

A região inclui tanto zonas povoadas como territórios selvagens como o Norte do Mali, que foi comparado por um responsável da Administração Obama com o Afeganistão nos anos 90, antes do derrube dos talibã. As informações que chegam desta zona, recolhidas pelos serviços secretos franceses, bem como pela CIA e outras agências de espionagem, dão conta de uma crescente cooperação entre grupos islamistas radicais, da existência de importantes arsenais que foram saqueados da Líbia e do recrutamento de operacionais locais por grupos terroristas como a Al-Qaeda e o Boko Haram da Nigéria.


"Esta questão gerou um alto nível de preocupação", disse o congressista republicano Mike Rogers, que lidera o comitê de serviços secretos da Câmara dos Representantes, em Washington. "Vimos estes grupos a melhorarem a sua organização e capacidades e depois vimos como eles foram capazes de operacionalizar essas capacidades. Esta é uma nova tendência."

Reuniões recentes na Casa Branca sobre contraterrorismo foram dedicadas quase em exclusivo ao Norte de África, à proteção do petróleo na Nigéria e ao desenvolvimento de programas nos idiomas locais, com o Ibo nigeriano no topo da lista.

Os EUA fazem isso de maneira discreta, sem tiros, sem muito alarde para não causar uma impressão negativa, além de treinarem e subsidiarem os exércitos destes países para que os ditadores possam oprimir melhor o povo. A guerra secreta contra o terrorismo na verdade é a tentativa de limpar o terreno para os amigos, não permitindo nenhum regime, democrático ou ditatorial, que se imponha aos EUA na Africa, que é considerada o continente mais importante para o desenvolvimento econômico no século 21.

Eles também mantém bem escondido o seu conceito bem particular de grupo terrorista. As Forças Armadas Revolucionárias Colombianas - Exército Paramilitar são consideradas um movimento legítimo no Brasil e em outros vizinhos da Colômbia. No entanto, são consideradas um grupo terrorista pelos Estados Unidos. Isso explica-se: na Colômbia existe bastante petróleo entre outras riquezas naturais, e as FARC não iriam se alinhar. Os dois homens da foto abaixo também foram considerados terroristas pelos Estados Unidos.

1 Comentários sobre esta postagem::

Anônimo disse...

Valeska esse site aí não acrescentará nada de visitas que promete a seu blog, se vc vier a contratratar, infeliszmente eu descobrí na prática, foram 50 reais perdidos.

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