Na Austrália, cientistas conseguiram extrair fragmentos do código genético da casca de ovos fossilizados. O material veio de ovos de aves extintas como o Moa, um avestruz de quatro metros de altura que foi caçado até a extinção pelos nativos Maori, da Nova Zelândia, e do Pássaro Elefante de Madagascar, que foi extinto pelos colonizadores europeus por volta do ano de 1700.
Para obter as amostras, os pesquisadores transformaram a casca do ovo num pó, extraíram o DNA com produtos químicos e então usaram uma reação em cadeia com a enzima polimerase, PCR, para multiplicar as amostras. É a mesma técnica que os legistas e investigadores da polícia (aquela turma do seriado "CSI") usa para obter impressões genéticas na cena de um crime.
Ainda estamos longe de poder recriar animais extintos em laboratório, como imaginou Michael Crichton em seu romance "O Parque Jurássico". O que se consegue com essas pesquisas é apenas um fragmento da sequência genética total, cerca de 200 pares de bases, que correspondem a um porcento do genoma do pássaro. O próximo passo na pesquisa é conseguir sequências mais longas que dariam muitas informações aos paleontólogos sobre as criaturas que habitaram nosso planeta em épocas passadas.
Anteriormente, o genoma era extraído dos ossos e dos cabelos. Foi assim que se obteve a maior parte do genoma do homem de Neanderthal, um tipo de hominídeo diferente do Homo Sapiens que viveu durante a última era do gelo. Agora se descobriu que a casca dos ovos é uma boa proteção para o DNA, porque a matriz de carbonato de cálcio é menos sujeita à infiltração por bactérias do que os ossos. As bactérias contaminam o DNA, inutilizando as amostras. Ovos são um material fácil de se encontrar, já que as tribos de humanos primitivos faziam estoque de ovos para usá-los como fonte de proteínas. A maioria dos sítios arqueológicos está cheia de ovos.
Mas não espere extrair o DNA do ovo de um dinossauro. A técnica só funciona com amostras de menos de 19 mil anos de idade, retiradas de um ambiente permanentemente frio. Ovos completamente mineralizados, com mais de 50 mil anos de idade, não são uma opção para os cientistas. O "Parque dos Dinossauros", por enquanto, só na ficção científica.
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