quinta-feira, maio 06, 2010

Centenas de milhões dos impostos para o programa nuclear brasileiro

O governo dará fôlego ao programa nuclear brasileiro com a construção de um novo reator a custo estimado de R$ 850 milhões. A primeira parcela do dinheiro sairá de um fundo vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, anunciou o ministro Sérgio Rezende. A decisão ocorre no momento em que o mundo discute a revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), em Nova York, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara visita ao Irã. Este é o desfecho de um lobby que durou meses.

O projeto do reator, antecipado pelo jornal O Estado de S. Paulo em novembro do ano passado, pretende tornar o País autossuficiente na produção de isótopos radioativos usados no diagnóstico e no tratamento de doenças como o câncer. O fornecimento por meio de importação chegou a ser interrompido no ano passado. É considerado inseguro e caro, segundo alegaram pesquisadores da área em carta a Lula.

Mas, como diz o nome do reator - multipropósito -, ele tem outros objetivos além daqueles ligados à medicina nuclear. A fabricação de combustível nuclear é um deles. O reator fortalece o projeto de produzir urânio enriquecido em escala industrial a partir de 2014. "O reator multipropósito tem um papel muito importante para o programa nuclear", destaca Rezende.

"Se formos depender dos países desenvolvidos, realmente nós não vamos conseguir ter um programa [nuclear] bem sucedido. É de todo interesse de muitos desses países que nós não sejamos independentes nessa área", disse o ministro, que acredita que o Brasil dominará o ciclo nuclear dentro de quatro a cinco anos.

Atualmente, o Brasil importa urânio enriquecido de outros países. O país tem grandes reservas do mineral, mas ainda precisa enviá-lo para o exterior para ser enriquecido, isto é, para ser capaz de funcionar como combustível dentro do reator nuclear. Uma fábrica de enriquecimento de urânio, com capacidade de transformar o produto em combustível nuclear, está sendo montada em Resende, no sul fluminense, e deve ficar pronta nos próximos anos.

O novo reator será construído em Iperó, a 130 quilômetros da capital paulista, na mesma área onde a Marinha desenvolve o projeto do submarino nuclear e fabrica ultracentrífugas destinadas ao enriqueci mento do urânio. Esse reator será bem mais potente do que os outros quatro de pesquisa existentes no País. O maior deles foi inaugurado ainda nos anos 50. O mais recente tem mais de 20 anos.

http://www.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-tera-novo-reator-nuclear-com-custo-de-r-850-mi,547266,0.htm

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Geral&newsID=a2894240.xml

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