Nicky Edlich, de 67 anos, engoliu uma grande pílula branca e viu o mundo se transformar em um domo de jóias. O domo então se abriu, dando entrada a "esta luminescência incrível, que fez tudo ficar ainda mais bonito". Lágrimas escorreram por seu rosto enquanto ela via "como o mundo pode ser bonito". Esta foi sua primeira "viagem" psicodélica, que ela diz ter sido de grande ajuda no tratamento psicoterapêutico para a ansiedade causada pelo câncer de ovário em estágio avançado.
Para os cientistas envolvidos na pesquisa, foi mais um pequeno passo no caminho de mostrar que as drogas alucinógenas, famosas e condenadas nos anos 60, poderão um dia ajudar médicos a tratar condições como ansiedade e estresse pós-traumático.
O estudo da Universidade de Nova York do qual Nicky tomou parte é um dos poucos em andamento no mundo com drogas como LSD, MDMA (ecstasy) e psilocibina, o ingrediente ativo dos cogumelos alucinógenos. O trabalho segue em linhas de pesquisa sufocadas há anos pela guerra às drogas. A pesquisa ainda é preliminar, mas está acontecendo.
"Agora existem mais pesquisas psicodélicas em andamento no mundo do que em qualquer momento dos últimos 40 anos", disse Rick Doblin, diretor-executivo da Associação Multidisciplinar para Estudos Psicodélicos, que financia alguns dos trabalhos. "Estamos no fim do começo de um renascimento".
Ele disse que mais de 1.200 pessoas participaram de uma conferência na Califórnia sobre ciência psicodélica. Mas fazer a pesquisa não é fácil, disse ele, com o financiamento público escasso e as indústrias desinteressadas em substâncias que não podem ser patenteadas.
O estudo da Universidade de Nova York está testando se a droga pode ajudar nos nove meses de psicoterapia concedidos a cada paciente. A terapia busca ajudar os pacientes a desfrutar melhor do tempo de vida que lhes resta.
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tremores corporais e desorientaçao
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