quarta-feira, agosto 08, 2012

Quanto mais inteligente é um animal, mais desagradável é comer a sua carne?


Os golfinhos são inteligentes, formam grupos sociais, comunicam-se através de sons, se reconhecem diante de um espelho, etc. Um golfinho pode aprender a fazer truques e executar o que aprendeu na frente de uma audiência ou de uma câmera. Golfinhos possuem nomes próprios na sua linguagem, a maioria das culturas humanas considera desagradável a idéia de comer carne de golfinho, justamente por entendermos que são seres de inteligência superior.

Um estudo recente sugere que a inteligência que percebemos em um animal é o principal fator para determinar se vamos ou não estar desgostosos com a idéia de comê-lo. Aí a coisa complica, a palavra-chave nesta afirmação é "percebemos". Segundo o estudo, as pessoas tendem a atribuir níveis mais baixos de funcionamento mental aos animais que estão prestes a comer.

Então vamos comer atum sem culpa pois o atum não é muito inteligente na nossa concepção. Dizemos a nós mesmos que o atum não é inteligente para que possamos comê-lo? A questão é, nossas crenças sobre a inteligência animal nem sempre são confirmadas através das observações científicas.

O estudo relata experiências sugerindo que as galinhas podem ter uma forma primitiva de auto-consciência (uma compreensão de que um é um indivíduo separado de outros indivíduos), têm um sentido limitado de tempo e são capazes de executar tarefas em troca de gratificações.

Alguns peixes parecem ser capazes de reconhecer outros indivíduos dentro de seus cardumes, outros trabalham juntos para capturar comida, formam memórias de longa duração e usam ferramentas. Parece que quanto mais aprendemos sobre a cognição animal, mais nós somos surpreendidos pela forma como a inteligência animal pode nos ser familiar.

Se o pensamento de comer um animal inteligente é repulsivo para você, então a solução óbvia é a de se tornar um(a) vegetariano(a). Essa é uma resposta simplista no entanto. Embora seja possível aderir ao vegetarianismo, os benefícios do vegetarianismo vs. onivoria estão em disputa não só no quesito saúde, mas também nos quesitos "crenças éticas" e "tradições culturais".

O estudo foi publicado na ScienceDirect e chama-se "Too close to home. Factors predicting meat avoidance", foi escrito por psicólogos da Universidade de British Columbia e trata sobre os fatores que levam as pessoas a evitar o consumo de carne. A conclusão é polêmica e visivelmente pró-vegetarianismo, na realidade embora seja desagradável para a maioria saber que o animal abatido para o consumo é um ser inteligente, isso não é objeto de uma aprofundada reflexão, comemos o que estamos acostumados culturalmente a comer.

3 Comentários sobre esta postagem::

Thales Jacobi disse...

Eu acho que os animais inteligentes são aqueles que interagem conosco e são capazes de reconhecer brincadeira e humor. Não acho que isso seja razão para comermos ou não um bicho; não quero comer cobra só porque é um bicho "burro".

MUNDOEMCOLAPSO.BLOGSPOT.COM disse...

Carne de cobra tem gosto parecido com carne de frango, não é tão ruim, mas o bicho não é burro não.

Em muitas culturas a cobra (serpente) é um símbolo da inteligência e/ou conhecimento. No símbolo da medicina há uma cobra... na bíblia a serpente convence adão, um animal bastante persuasivo não acha?

Anônimo disse...

Já estou com o semblante todo fodido
e ainda só vou no nono bagaço

ia jurar que não estou no trapézio

e no entanto o caminho enviezo-o
isto oscila tanto
fico tonto e tento

tento o quê? Se até já estou a
perder a consciência política

Ouço-me por dentro como
quando um cavalo trinca aveia palpita-me que
já troco palavras por um apartamento no Estoril

os sóbrios dizem:
beber é um acto vazio
não sabem o que dizem e acertam profundamente

mas não tem mal
volta-se a encher o copo

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