Algumas das proteínas do fungo Cladosporium fulvum, que provoca queima das folhas dos tomateiros, são muito semelhantes às proteínas do fungo Mycosphaerella fijiensis que causa nas bananeiras, a doença conhecida como Sigatoka negra. Para alguns fitopatologistas isso abre caminho para o uso de modificação genética na criação de resistência nas bananas, fazendo isso através do gene do tomate, é o que afirmaram em Wageningen, Inglaterra, na revista PNAS desta semana.
Pesquisadores antes pensavam que as doenças em plantas eram específicas. No entanto, Loannis Stergiopoulos, pós-doutor na equipe "Pierre de Wit" e primeiro autor do artigo, já demonstrou que diferentes tipos de doenças fúngicas em plantas diferentes têm o mesmo ancestral. "Isso é extraordinário", diz o co-autor Harrold van den Burg. "As doenças fúngicas em plantas de tomate, culturas de grãos e folhas de bananeiras estão intimamente relacionadas. Apesar das plantas não serem próximas geneticamente, os fungos que as contaminam são".
Já que os fungos têm uma base comum para infectar as várias espécies de plantas, Ven der Burg quer que as diversas plantas tenham genes de resistência em comum. Estes genes foram identificados pela equipe nos tomateiros, batizados de genes Cf, são os genes que dão resistência no tomate. A idéia é espalhar ele em plantas que possuam doenças fungicas de origem comum as do tomateiro.
A equipe esforça-se em contruir um gene Cf para as Bananeiras da variedade Cavendish, tipo conhecido no Brasil por vários nomes, tratando-se daquelas bananas mais compridas que começaram a aparecer na década de 1950.
A eliminação destes fungos por via genética pode alterar toda fisiologia da Banana, além de alterar suas propriedades naturais pode abrir a porta para a entrada de outras doenças tanto fúngicas quanto bacterianas. A interação destas bananeiras alteradas com a flora natural também pode causar grandes estragos.
Mas a pesquisa está avançada, eles já estão trabalhando com uma cultura transgênica de Bananas onde o gene Cf do tomate foi introduzido. Atualmente, não há resistência conhecida contra a Sigatoka negra da banana Cavendish. Portanto, as plantações de banana desta variedade usam fungicidas cinquenta a setenta vezes por ano. Para eles, banana é uma monocultura e uma cultura muito vulnerável, sorte de quem investir na agroecologia.
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