Peças dos chamados quasicristais, cuja formação até então desafiava os cientistas, podem ter vindo do espaço, segundo um estudo da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.
Descobertos em 1982, os quasicristais (ou quase-cristais) ganharam essa denominação porque rompem a simetria encontrada nos demais cristais.
Sua estrutura é ordenada, mas não periódica. Eles também possuem propriedades físicas e elétricas diferentes. Sua descoberta rendeu o Prêmio Nobel de Química de 2011 a Daniel Shechtman.
Quasicristal espacial
A descoberta em 2009 dos cristais nas montanhas russas foi feita pela equipe de geólogos do professor Luca Bindi.
O mineral, que possui alumínio e ferro em sua composição, mostrou que os quasicristais podem se manter estáveis sob condições naturais. Mas o processo que havia criado as estruturas ainda era uma incógnita.
No estudo Bindi diz que testes adicionais mostram indícios de que os minerais encontrados na Rússia podem ter origem fora da Terra.
Eles usaram a técnica de espectrometria de massa para medir as diferentes formas, chamadas de isótopos, do elemento oxigênio, também presente em partes do mineral.
O padrão dos isótopos de oxigênio se mostrou distinto de qualquer outro já visto em qualquer outro encontrado no planeta.
A estrutura se mostrou similar, no entanto, à das encontradas em um tipo de meteorito conhecido como condrito carbonáceo.
As amostras também continham um tipo de dióxido de silício (também chamado sílica) que apenas se forma sob alta pressão.
Bem fundo ou bem alto
A descoberta sugere que os quasicristais possam ter ou se originado no manto da Terra ou se formado sob um impacto gerado por alta velocidade, como o que ocorre quando um meteorito se choca com a superfície terrestre.
"Essa evidência indica que os quasicristais podem se formar naturalmente sob certas condições astrofísicas e permanecerem estáveis em escalas de tempo cósmicas", diz o estudo.
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