Cerca de 4.500 anos atrás, o Rei Senefru fundou a Quarta Dinastia e iniciou a construção de uma pirâmide para preservar o seu corpo para a vida após a morte. Após uma tentativa fracassada, Senefru conseguiu construir a primeira pirâmide completa na área de Dahshour, cerca de 40 quilômetros ao sul de Cairo.
A Natureza posteriormente apagou todos os vestígios da atividade humana na região e não há registro histórico do que ocorreu ou como era por lá, mesmo escavações arqueológicas revelaram muito pouco do que se passou no local da pirâmide curvada e da pirâmide vermelha, mas agora temos a confirmação de que aconteceu atividade humana na região.
A pirâmide curvada foi a tentativa que falhou de Senefru, e é a única com seu formato. Ela representa um período de transição, quando o estilo arquitetônico de um túmulo passou de plano para piramidal com degraus e, finalmente, para uma pirâmide completa e lisa. A Pirâmide Vermelha é uma pirâmide lisa verdadeira. Para conhecer as práticas humanas na área que Senerfru governou, uma equipe de cientistas da Alemanha examinou fractais (naturais ou artificiais, padrões geométricos que formam desenhos nas camadas do sedimento arenoso) na área em torno das pirâmides Dahshour.
Segundo o artigo publicado no Journal Quaternary International, por Ame Ramisch e colegas da Freie Universität Berlin através do Instituto Arqueológico Alemão no Cairo, o modelo fractal difigital da topografia em torno de Dahshour permite o estudo da área através de reconhecimento de padrões.
As investigações revelaram que a área está cheia de fractais naturais e artificiais, bem como uma área sem formação de fractais em torno das pirâmides. Isso indica que uma área de quase seis quilômetros foi modificada durante o Antigo Império, o que pode ser evidência de um imenso passeio público na região. "A modificação é difícil de detectar, especialmente se seus olhos estão destreinados. Mas através do treino podemos ver que os egípcios literalmente apagaram a história deste local, só não sabemos o motivo", diz Ramisch.
Keith Challis, da Universidade de Birmingham comentou sobre a descoberta na revista New Scientist, descrevendo-a como "uma nova abordagem." Há uma ligação bem estabelecida entre a atividade humana e a modificação da paisagem, ressaltou. "Isso fornece uma maneira interessante de identificar onde ocorreu atividade antrópica intensa".
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