Para algumas pessoas deixar de fumar pode ser particularmente difícil na medida em que a dependência poderá ser, em parte, de origem genética, sugerem três estudos publicados na revista Nature Genetics.
Um dos trabalhos, que contou com a participação de 74.053 pessoas, identificou três regiões genéticas relacionadas com a quantidade de cigarros fumados por dia. “As variações genéticas associadas ao tabagismo, localizadas no cromossoma 15, estão situadas numa região que contém os genes receptores da nicotina”, esclarece Helena Furberg, da Universidade da Carolina do Norte.
No segundo estudo, liderado por Clyde Francks da Faculdade de Oxford, foi identificado um grupo de genes, alojado no cromossoma 15q25, que está associado à quantidade de cigarros fumados por dia. Este trabalho contou com a participação de 40 mil voluntários. Por fim, a terceira investigação, de origem islandesa, chegou à mesma conclusão que os estudos anteriores: alguns genes do cromossoma 15 estão directamente ligados ao consumo de tabaco.
A análise dos dados de mais de 70 mil fumantes permitiu identificar dois genes (CYP2A6 e CYP2B6) envolvidos no metabolismo da nicotina e outros dois (CHRNB3 e CHRNA6) que desempenham um papel na forma como o corpo processa a nicotina. Os cientistas salientam ainda que algumas destas regiões foram também associadas à predisposição para o câncer de pulmão.
Estas variantes genéticas, agora identificadas pelas diferentes equipes, levantam a questão sobre se o risco de se adquirir doenças no pulmão se relaciona com o comportamento tabagista ou com a maior vulnerabilidade aos efeitos nocivos do tabaco.
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