Arqueólogos chineses encontraram no estado de Xinxiang um tijolo de maconha pesando 780 gramas, este tijolo, encontrado junto ao corpo de um homem de cerca de 45 anos foi datado tendo aproximadamente 2700 anos de idade. É a descoberta mais antiga de maconha utilizada para fins narcóticos, junto ao homem foram encontradas também uma harpa, pedrarias e um arco, o que reforçaria a tese que tratava-se de algum tipo de Xamã da cultura Gushi, que habitava a região naquela época.
Os Gushi eram cavaleiros nômades caucasianos originários do Mediterrâneo ou da Ásia Menor que falavam uma língua Indoeuropéia. Em seus acampamentos criavam animais e dedicavam-se à agricultura, música e às tecnicas do arco-e-flecha. Na religião Gushi era prevista uma vida eterna, porém apenas o xamã era capaz de comunicar-se com os mortos. Desta forma, é possível que a maconha fosse um instrumento utilizado pelo xamã para este contato. No entanto se aquela maconha encontrada pelos arqueólogos era usada para fins religiosos, medicinais ou recreativos, nunca saberemos com certeza. O certo é que o assunto está causando muita polêmica e servindo de tema aos muitos especuladores do meio acadêmico.
As análises de DNA do material encontrado possibilitaram aos cientistas concluirem que tratava-se de uma variedade da planta que era cultivada, e não da espécie selvagem. O botânico estadosunidense Ethan Russo, convidado pelo governo chinês a fazer parte das pesquisas declara que: "esta é uma descoberta muito importante pois aumenta o tempo conhecido pela ciência do uso de maconha como substância psicoativa e também nos ensina mais sobre o modo de vida dos Gushi". Contudo, não foi possível elucidar o modo de inalação da droga pois junto ao corpo não foram encontradas pipas, cachimbos, ou outro artefato que pudesse ser usado para tal função.
Até hoje, as maconhas mais antigas encontradas pelos arqueólogos datavam de dois mil anos atrás e haviam sido encontradas na China e Sibéria. Nestas regiões, onde as religiões xamânicas eram muito difundidas na época, coexistiam, e a grosso modo coexistem até hoje, grupos humanos com traços asiáticos e ocidentais. Sabe-se que a origem da planta é asiática, mas até o presente momento, fica difícil estabelecer uma data correta para o início do uso desta tão popular erva pois cada nova descoberta nos remete a um passado mais distante.
Fonte: El Correo Galego (Espanha)
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