domingo, julho 15, 2012

Mulher é condenada por Bruxaria no Moçambique

Uma notícia mais do que absurda que mostra o nível mental que o mundo se encontra por mais que pensemos que isso é ridículo, medieval e corrupto: O tribunal Comunitário do bairro da Munhava Central, na cidade da Beira, condenou, na passada quarta-feira (13), Anita Luís, de 30 anos de idade, acusada de matar um menor por meio de bruxaria, na Munhava Matope, ao pagamento de uma indenização em valor ainda a ser estipulado.

Francisco Zeca Caetano, presidente do tribunal, é citado pelo jornal Diário de Moçambique, como tendo afirmado que a acusada confirmou ter “enviado os seus espíritos” para eliminação física da criança de uma família vizinha, “para se vingar do desaparecimento físico da sua filha de 15 anos”.

Anita Luís, para “enviar os maus espíritos”, conforme Francisco Caetano, alegou que a sua filha tinha sido morta pela vizinha que a acusa de feitiçaria, resultando em dois casos de bruxaria. Mas ela, inicialmente, negou que tivesse enfeitiçado a criança finada.

Caetano disse, no entanto, que parte do dinheiro que deve ser apresentado até 30 de junho, servirá para custear as despesas com um curandeiro que vai fazer a purificação da casa da família vítima de feitiçaria.

“Não estimamos o valor a ser pago por Anita Luís, porque ainda vai ser feito um levantamento dos custos para os trabalhos de purificação da família enfeitiçada, porque diz-se que a casa está ensombrada de espírito mau”, - referiu Caetano, precisando que esta foi a decisão do tribunal, numa altura em que a família ofendida reivindicava a venda da casa da acusada de feitiçaria.

O mesmo tribunal comunitário decidiu também ilibar Imaculada Luís, de 46 anos, irmã de Anita, por considerar que não participou de feitiçaria, pese embora as duas fossem apontadas como bruxas no caso e foram forçadas a se refugiar na 4ª esquadra da polícia, na Munhava, devido a ameaças de linchamento.

Entretanto, o secretário do 9º bairro, Acácio Vinte, disse que são muitos casos de feitiçarias que são julgados naquele tribunal comunitário, seguidos de disputa de terrenos e divórcios. Pelo visto a miséria na África não é apenas econômica, mas cerebral, há muitas pessoas em todos os países que acreditam em bruxaria, mas um governo de um país que se proponha a ser sério, fazer parte da ONU, receber ajuda financeira internacional, não pode trabalhar para a perpetuação destas aberrações, do contrário, deve trazer a luz do conhecimento para o seu povo.

A crença é algo individual e não um fato, e por não ser um fato, embora a bruxa acredite que seu poder matou alguém, isso não pode ser levado a sério por um tribunal. Moçambique lutou pela sua independência de Portugal pra praticar a barbárie estatal? Para que o povo de lá se mantenha na obscuridão?

Fonte: http://www.verdade.co.mz

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