segunda-feira, abril 05, 2010

Casas recicladas para reconstruir o Haiti

Todas as garrafas servem para a boliviana Ingrid Vaca Diez realizar seu projeto ecológico e social que começou há quase sete anos, e agora, graças às redes sociais, se espalhou por vários países das Américas. Com Pet, vidro e outros materiais descartáveis, que em muitos lugares acabam no lixo por falta de um sistema adequado de reciclagem, Ingrid constrói habitações ecológicas construídas para famílias de baixa renda.

Já existem seis casas desta arquiteta autodidata que na verdade é formada em direito, todas na localidade de Warnes, em Santa Cruz de la Sierra. Agora, depois de uma visita ao Uruguai, onde deu uma palestra sobre seu método de trabalho, foi para a argentina construir sua primeira casa em Roland, província de Santa fé.

Ingrid viaja ao Haiti em maio, convidada pela Organização dos Estados Americanos (OEA) para participar dos esforços de reconstrução no país.

O projeto começou quase por acidente. Ingrid tinha muito material mantido no pátio de sua casa, tudo ia para uma catadora de lixo que morava por perto. Um dia, a catadora ficou doente e as garrafas, espalhadas por toda parte irritaram o maridão.

"'Bota essas garrafas fora, você tem o suficiente para fazer uma casa", disse ele. E foi assim que Ingrid começou a construir. Ela já tinha feito cadeiras, artesanatos e mesas com o material reciclável, mas nunca uma casa.

Para cada metro quadrado são utilizadas 81 garrafas PET de dois litros que substituem os tijolos. Todas elas são preenchidas com sacos plásticos, papel e areia, ficando cada uma, com um peso final em torno de 3,5 quilos, sendo unidas com cimento para se erguer as paredes.

O reboco também é feito de material reciclado, segundo ela trata-se de "uma mistura de leite em pó vencido, esterco de cavalo, óleo de linhaça, sangue do gado, melaço de cana, enfim, o que tiver", ela garante que não apodrece nem atrai insetos (mas se informe melhor antes de rebocar o puxadinho da sua casa). Para o piso, ela usa pedaços de pneus usados que funcionam como isolante térmico.

Com a ajuda da comunidade, Ingrid ensina a técnica de construção e ergue uma casa em cerca de 15 dias. O trabalho é duro, mas o mutirão sempre agrega toda a comunidade, inclusive as crianças, que se divertem e participam do trabalho.

Os curiosos se aproximam e podem comprar comida caseira e artesanatos feitos pela comunidade, enquanto acompanham a "aula de engenharia popular". Economia solidária, ciência, engenharia e ambientalismo se unem no trabalho desta obstinada.

http://www.lostiempos.com/diario/actualidad/vida-y-futuro/20100321/una-boliviana-construye-casas-ecologicas-y-baratas_62506_113191.html

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