Um ramo do mercado que vem se desenvolvendo rapidamente e fazendo muito sucesso é o das Biojóias. O nome é pomposo, mas não passam de sementes, galhos, escamas e conchas, que são obtidos pela técnica milenar da coleta e chegam aos pescoços e orelhas do mercado de consumo a preços muito elevados. É claro que não é fácil fazer algo bonito, mas diga isso aos biojoalheiros que estão espalhados por toda parte, a maioria se preocupa com a quantidade e não com a qualidade de suas peças, esperando lucros mais rápidos, o que não se torna possível. Porém, exercitando a técnica, alguns deles deixaram de ser simples vendedores ambulantes de brinquinhos-de-pena para abrirem empresas de exportação destas jóias(que são realmente raras onde não existem).
Existe muito pouca regulamentação sobre este ramo comercial, e não se pode esquecer que a fauna e a flora devem ser preservadas, o governo deveria tomar medidas para que os materiais de biojoalheria fossem melhor fiscalizados.
Não se pode simplesmente sair catando sementinhas por aí, é preciso estar certo que a retirada do material não está prejudicando os ecossistemas naturais, seria uma tragédia se por causa da aparência fosse extinta alguma espécie. E não é por acaso que se deve utilizar preferencialmente as sobras de produção como matéria prima das biojóias, quando nativo, o material botânico e o material zoológico devem ser coletados a partir de espécimens cultivados ou já encontrados mortos.
Tem muita gente que pode pensar: "Não é que dinheiro da mesmo em árvore? E nem precisa plantar, vou pegar as que tem no mato mesmo e exportar pra europa", mas não é bem assim que a coisa funciona. Se você não tiver uma autorização do IBAMA, o próprio IBAMA pode bater na porta do seu estabelecimento junto com a Polícia Federal, ainda mais se receber alguma denúncia.
Você será preso por biopirataria, se você for mulher pode continuar vendendo no próprio presídio, agora se você for homem pode até tentar vender, mas vão querer mesmo é que você desfile com elas. Então cuidado, você não precisa disso, pode usar o "lixo" e fazer os ripongas pensarem que estão se cobrindo de natureza.
Sementes de açaí, guapuruvu, ovos de avestruz, cascas de coco, dentes de capivara, couro de jibóias, rabos de cascavéis, penas de pavão, ou essa pulserinha de lágrimas de nossa senhora na foto acima, são só alguns exemplos do que pode ser usado legalmente na biojoalheria.
Alguns bons designers de biojóias conseguem exportar aquilo que você pisa em cima e joga no lixo orgânico por centenas de euros através da internet. Os motivos para optar pelas biojóias são muitos: é um material renovável, ecológico, totalmente ao contrário do plástico que não se decompõe. Utiliza material de descarte, então diminui a quantidade de lixo produzido pela indústria alimentícia, e o melhor de tudo é que pode estragar, principalmente se forem biojóias de sementes, isso obriga as pessoas a comprarem de novo, o que sacia a sede consumista e não causa danos ambientais, já que se os colares forem pro lixo, vão virar adubo.
1 Comentários sobre esta postagem::
realmente importante este texto...trabalho com biojoias, e concordo com esta preocupacao com as formas da coleta das sementes, afinal se a ideia é sustentabilidade realmente deve-se ter aconciencia da responsabilidade com nosso planeta, para que a nossa "materia prima" nunca acabe e nao torne-se mais uma exploracao desenfreada como no periodo de colonizacao do Brasil; perdendo assim, toda a essencia da "biojoia".
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